sexta-feira, 11 de julho de 2014

Arma Biológica

 Arma Biológica é um artefato desenvolvido para espalhar agentes vivos - vírus ou bactérias - capazes de infectar um grande número de pessoas. Há registros de manipulação de agentes infecciosos para contaminar inimigos desde o século 14 e, recentemente, em pequenos atos terroristas com correspondências infectadas. É quase impossível desenvolver armas biológicas eficazes sem um aparato científico-militar. Por isso, um ataque desse tipo só aconteceria numa guerra ou feito por terroristas muito bem treinados por governos que detenham essa tecnologia. Felizmente, até agora um desastre como esse ainda não aconteceu. Mas, se algum maluco decidir fazer um ataque em massa, a gente torce para que ele não escolha o antraz, a arma biológica com maior potencial de destruição. Na ilustração destas páginas, a gente simula os efeitos matadores de um ataque com essa bactéria. O aterrorizante cenário foi baseado numa famosa simulação publicada em 1993 pelo Escritório de Avaliação Tecnológica, extinto órgão de segurança e tecnologia do Congresso dos Estados Unidos. "Com o antraz não há chance de contágio de homem para homem. Mas, dependendo do agente utilizado na arma biológica, a transmissão pode ocorrer também de indivíduo para indivíduo, causando uma epidemia e aumentando seu efeito devastador", afirma o geneticista Roque Monteleone Neto, membro da Comissão de Vigilância, Verificação e Inspeção da ONU. As armas biológicas são tão temidas quanto as químicas, que usam substâncias tóxicas como gases mortais criados em laboratório. De fato, elas têm várias semelhanças: causam mortes em massa, preservam a infra-estrutura física (edifícios, documentos, etc.) e podem ser espalhadas sem explosões. Para evitar que esses artefatos sejam usados com propósitos militares, 144 países assinaram em 1972 uma convenção internacional. O problema é que o acordo é só uma espécie de carta de intenções - ou seja, não estipula penalidades para os infratores.

Vida que mata

Ataques de bactérias como o antraz poderiam matar até 3 milhões de pessoas

O ATAQUE

Perigo aéreo

O jeito mais mortal de fazer um ataque com antraz seria uma pulverização aérea por spray. Para flutuar na altura ideal para infectar o ser humano, cada partícula com esporos de antraz precisaria ter de 10 a 15 mícrons, cinco vezes menor que o diâmetro de um fio de cabelo

Efeitos nefastos

Em condições ideais, um ataque biológico com 100 quilos de antraz tem potencial para matar até 3 milhões de pessoas. No mesmo cenário, uma tonelada de gás sarin, uma arma química, causaria "apenas" 8 mil mortos

A ARMA

Bactéria mortal

O Bacillus anthracis, nome científico do antraz, é uma bactéria comum na natureza, que infecta bois e ovelhas pela alimentação. O homem pode ser contaminado de propósito ou por acidente, pelo contato da bactéria com a pele, por inalação ou ingestão

Semente do mal

Para causar destruição em massa, o antraz precisaria ser manipulado em laboratório para assumir a forma de esporo, um estágio em que a bactéria resiste a altas temperaturas e à falta de água, mas permanece viva e capaz de causar infecções

Fauna condenada

Na natureza, o antraz pode contaminar não apenas o homem, mas qualquer mamífero que inale o esporo. A bactéria pode ficar "incubada" por várias décadas no ambiente, impossibilitando a vida humana no local

A DOENÇA

Primeiros sintomas

O corpo humano oferece condições para o esporo se alojar e voltar à ativa na forma de bactéria. Se o esporo for inalado, o primeiro sintoma é uma gripe. Se o esporo entrar em contato com a pele, aparecem pequenas feridas. Isso acontece em até uma semana

Contaminação na pele

Quando o esporo de antraz só atinge a pele, menos mal: a irritação na pele leva de um a dois dias para se transformar em feridas abertas com um caroço escuro exposto. Apesar do aspecto horrível, apenas 20% dos casos não tratados com remédios são fatais

Contaminação pulmonar

Quando a pessoa inala um esporo de antraz, a coisa fica feia: a infecção que parecia uma simples gripe contamina rapidamente os pulmões e se espalha pela corrente sanguínea, liberando componentes tóxicos que levam à morte em 48 horas

A CURA

Remédios

Para quem apresentou os sintomas de infecção pulmonar por antraz, não tem jeito: não há remédio que salve. Mas é importante medicar possíveis vítimas com antibióticos para inibir a bactéria nos estágios iniciais da contaminação. Existe vacina contra o antraz, mas ela precisaria ser aplicada antes do ataque, custa caro e tem fortes efeitos colaterais

Limpando a área

Para eliminar os esporos do ambiente, veículos, prédios e até o solo devem ser esterilizados com produtos químicos, como formol, ou incinerados. Só para dar uma idéia, o governo britânico levou mais de quatro anos para limpar a inabitada ilha escocesa de Gruinard, palco de testes com antraz na Segunda Guerra

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