quinta-feira, 26 de junho de 2014

Caronte

Na mitologia grega, Caronte (grego: Kháron) é o barqueiro de Hades, tinha responsabilidade de conduzir as almas dos recém-mortos sobre as águas dos rios Estige e Aqueronte, que dividiam o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Era filho de Nix, a Noite.

Uma moeda para pagá-lo pelo trajeto, geralmente um óbolo ou danake, era por vezes colocado dentro ou sobre a boca dos cadáveres, de acordo com a tradição funerária da Grécia Antiga. Segundo alguns autores, aqueles que não tinham condições de pagar a quantia, ou aqueles cujos corpos não haviam sido enterrados, tinham de vagar pelas margens por cem anos. No miterna da catábase, alguns heróis - como Héracles, Orfeu, Enéas, Dioniso e Psiquê - conseguem viajar até o mundo inferior e retornar, ainda vivos, trazidos pela barca de Caronte.

Caronte recebeu esta tarefa após ter tentado roubar a Caixa de Pandora. Surpreendido pelo próprio Zeus, ele foi mandado para o Érebo, onde deveriam cumprir sua tarefa. No início, Caronte fazia a travessia junto com seu irmão gêmeo Corante. Cada um utilizava um remo e cada um ficava com uma das moedas e, quando mandavam uma gorjeta a mais, os dois dividiam. Assim devia ser por toda a eternidade. Porém Corante começou a notar que as gorjetas estavam cada vez mais raras e, quando havia, eram valores muito menores que o costumeiro, e começou a duvidar de seu irmão. Um dia descobriu que Caronte estava lhe roubando, pegava a gorjeta antes que ele visse e desviava parte do faturamento para si. Por isso os dois brigaram selvagemente por 13 meses e um dia. Neste tempo, os mortos perambulavam pela terra, pois não havia quem os conduzisse para o outro Mundo. No 365º dia, Caronte matou seu irmão afogando-o no rio. Nesta hora o corpo de Corante se dissolveu e tingiu todo o rio de vermelho.

Caronte era muitas vezes retratado com uma máscara de bronze na qual ocultava sua verdadeira face sombria que faria os recém-mortos repensarem em entrar na barca. Segundo alguns autores, aqueles que não tinham condições de pagar a quantia, ou aqueles cujos corpos não haviam sido enterrados, tinham de vagar pelas margens por cem anos. Nenhum vivo poderia atravessar pelo barco de Caronte, a não ser que carregasse um ramo de Acácia, árvore consagrada a Perséfone, deusa raptada por Hades para ser sua esposa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário