quinta-feira, 26 de junho de 2014

A 9º Legião Romana

Legio IX Hispana (ou nona legião hispânica) foi uma legião romana  possivelmente recrutada por Júlio César em 58 a.C. O último registo da actividade desta legião data do reinado de Marco Aurélio no século II. O símbolo desta legião era desconhecido mas provavelmente um touro, como na maioria das legiões de César.

A IX Legio IX Hispana esteve presente durante todo o período das guerras da Gália e mais tarde permaneceu fiel a César na sua guerra civil contra a facção conservadora do senado, liderada por Pompeu. Neste conflito, participaram nas batalhas de Dirráquio e Farsalos (48 a.C., na atual Grécia) e na campanha africana de 46 a.C.. Depois da sua vitória final em 45 a.C., César desmobilizou a legião e estabeleceu os veteranos na área de Piceno.

Depois do assassinato de César, Octaviano remobilizou a IX legião, assim como todas as outras legiões de César. A IX foi enviada para a província da Macedónia. Durante a guerra civil contra Marco António permaneceram ao lado de Octaviano e lutaram a seu lado na batalha de Áccio (31 a.C.). Entre 25-13 a.C., participou na pacificação da Hispânia Tarraconense, então envolvida numa insurreição da tribo dos cantábrios. É nesta altura que surge pela primeira vez o cognome Hispana, adquirido provavelmente pelos bons serviços prestados na campanha.

A IX Hispana fez parte do exército imperial do Rio Reno comandado pelos irmãos Tibério e Druso. A campanha resultou na anexação da Germânia a Este do rio, mas o desastre da batalha da floresta de Teutoburgo obrigou ao abandono desta área em 9 d.C.. A legião foi deslocada então para a Panónia. Em 43, participou na segunda invasão da Britânia, comandada pelo imperador Cláudio e permaneceram na nova província como guarnição. A IX Hispana sofreu perdas significativas durante a rebelião de Boudica, em 60, e teve de ser reforçada por legionários recrutados nas províncias germânicas. No início do século II, a IX Hispana ainda se encontrava na Britânia, estacionada em Eburacum (moderna York). Pouco depois, deve ter sido transferida para a Germânia Inferior.

Após 120 a legião desaparece dos registos. Deve ter sido destruída no reinado de Marco Aurélio, na revolta de Simon bar Kokhba (na década de 130) ou nas revoltas do Danúbio da década de 160.

O ator Dominic West no papel do general Titus Virilus,
comandante da lendária unidade do exército dos césares
O fim misterioso da Nona Legião romana

Dia 05 de novembro estreia o filme Centurião, épico que narra o intrigante desaparecimento da mais célebre unidade de soldados de Roma

 Nona Legião foi uma das unidades mais temidas do exército romano até desaparecer misterosamente no século II. Reza a lenda que ela teria sido enviada para lutar contra os pictos, uma tribo guerreira da região da Caledônia (atual Escócia), e nunca mais voltou, mas não há registros do que ocorreu com a unidade. Esse enigma, que já rendeu livros e filmes, é o tema de Centurião, grande produção britânica que chega aos cinemas brasileiros este mês.

O filme se passa no ano 117, época em que o Império Romano atingia o auge de sua expansão. Ao norte, porém, o avanço estava comprometido, barrado pela temível tribo dos pictos. Para vencer tal obstáculo, o governador romano da Bretanha, Agrícola, acionou a mítica Nona Legião, a Legio IX Hispana, com a missão de dizimar os pictos e eliminar seu líder, Gorlacon. Guerreiros selvagens, tidos pelos romanos como bárbaros, esses nativos das ilhas britânicas são considerados um dos últimos povos celtas, que se fixaram nas Terras Altas da Escócia.

O filme conta a história do centurião Quintus Dias (interpretado pelo ator Michael Fassbender), sobrevivente de um ataque picto, que se junta à Nona Legião, comandada pelo general Titus Virilus (Dominic West), e participa da última missão da célebre unidade.

Centurião foi escrito e dirigido por Neil Marshall, cineasta que é considerado um dos mais importantes nomes do atual cinema britânico, especialmente no gênero terror. Portanto, não é de estranhar a ênfase dada às pinturas corporais dos guerreiros pictos, seu aspecto zumbi, o excesso de sangue e os longos combates do filme.

Olga Kurylenko encarna Etain, chefe guerreira que lidera
os pictos na resistência contra os legionários romanos
Em declarações à imprensa, Marshall afirmou que a motivação para sair do mundo do terror e criar sua aventura épica a partir de fatos históricos veio do mistério em torno do desaparecimento da Nona Legião, fato que nunca foi totalmente esclarecido pelos historiadores. Segundo o próprio realizador, a aventura não tem a preocupação de oferecer uma resolução do mistério baseada nas evidências históricas.

O fato de não haver muitos registros sobre a Nona Legião é considerado, para alguns pesquisadores, indício de que, talvez, ela tenha mesmo caído em desgraça ao tentar invadir a Caledônia – feito que não seria documentado pelos historiadores romanos. No entanto, outros estudos avaliam que talvez a invencível legião não tenha tido um fim tão épico quanto o reproduzido pela lenda. Seus legionários podem ter continuado a combater, em nome do império, sob diferentes formações, em missões e batalhas menos importantes, e certamente menos vitoriosas.

De toda forma, o mito da Nona Legião deve continuar, pelo menos nos cinemas. O diretor Kevin Macdonald, escocês, autor de O último rei da Escócia, está, coincidentemente, finalizando outra grande produção sobre o mesmo assunto: The Eagle of the Ninth – A Águia da Nona, em referência ao símbolo do estandarte da legião romana, jamais encontrado.

Fonte: Revista História Viva

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